sábado, 21 de agosto de 2010

Inspirações - Dalton Ghetti


















A inspiração de hoje vem de um carpinteiro que decidiu dedicar suas horas de folga a um hobbie bem peculiar: fazer esculturas nas pontas de lápis que sobravam do trabalho na oficina. Muito laboriosa, sua arte exige horas de dedicação a obras que dificilmente superam uma polegada em tamanho. Talvez por esse espírito de monge que conduz seu trabalho, Dalton decidiu que não venderia sua arte. Apenas a daria para pessoas muito próximas, que entenderiam seu real valor, os amigos.
É emocionante pensar na arte na perspectiva de Ghetti. É um artista puro, sabe que o real valor de seu trabalho não pode ser trocado por dinheiro. A verdadeira recompensa por seu trabalho é a auto-satisfação. É bem verdade que Dalton já tem o seu ganha pão, mas não seria ótimo se todo artista pudesse ter um desligamento prático de sua obra com o capital? Que nós pudéssemos "dar" o nosso trabalho ao invés de "vendê-lo"?
Não sei, hoje eu gostaria que fosse assim. Que, de alguma outra forma, o mundo reconhecesse os valores da arte, que houvessem apresentações, exposições, concertos e saraus aos montes. Todos oferecidos gratuitamente a população em troca de tantos impostos que ela paga. Logicamente, usaria-se apenas uma pequena parcela desses impostos para as artes, mas se realmente funcionasse já faria uma grande diferença.
Sei que já existem mecanismos como esse, porém parece-me que ainda não exercem sua funções com maestria. Afinal, é infinita a carência por arte dentro de nossa cultura. Por todos os lugares, vejo pessoas que só possuem em sua imaginação aquilo que viram na TV. Precisamos mudar isso. É isso que quero como artista. Levar e viver uma arte para todos!
Dalton prova que arte está em todos os lugares. Sua materialização é sempre em função do olhar do artista. Então, agradeço a este nobre colega por sua visão da arte.

Valeu!

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